Um dos temas mais polêmicos durante a prática de esportes é o uso de antiinflamatórios para combater a famosa “dor pós exercício”. Porém, ao fazermos uso dessas substâncias, algumas perguntas nos vêm à mente como, por exemplo, será que isso vai me trazer algum benefício ?
A resposta para isso está na literatura. Vale apena conferir.
FATOS
- Em recente pesquisa realizada constatou-se que nas olimpíadas de Sidnei nas Austrália em 2000, aproximadamente 38% dos atletas estavam fazendo uso de antiinflamatórios para combater a dor de pequenas lesões musculares e articulares (HUANG et al, 2006) .
- Atletas utilizam de 2 a 4x mais antiinflamatórios do que a população considerada não-atleta (ALARANTA et al.2008);
- Outra droga bastante prevalente entre atletas é a pseudoefredina com prevalência de 46% (BENTS et al. 2004);
- Aproximadamente 25.6% de atletas olímpicos entrevistados estavam fazendo uso de antiinflamatórios durante os jogos há, pelo menos, 3 dias seguidos (CORRIGAN & KAZLAUSKAS, 2003);
ANTIINFLAMATÓRIOS: BENEFÍCIOS OU MALEFÍCIOS?
Os antiinflamatórios são utilizados para diminuir inflamações dos tecidos musculares e combater a dor muscular tardia (DMT) após, por exemplo, uma sessão extensiva de treinamento. Porém, dados da literatura mostram que a resposta inflamatória é uma maneira fisiológica do corpo se livrar das células afetadas e iniciar a regeneração do tecido. Com a inibição desta função, o tecido demora mais para se regenerar.
De maneira geral, de 24 a 72 horas após uma sessão de exercícios (onde exista um componente excêntrico significativo) a dor muscular tardia se faz presente sendo mais prevalente em indivíduos sem grande lastro fisiológico ou, ainda, após a mudança dos estímulos de treino.
Tem sido proposto que o processo inflamatório e a formação de edemas musculares após o dano dos tecidos é responsável pelo aparecimento da DMT. Dessa forma, o uso de antiinflamatórios parece ser uma saída lógica para a diminuição das dores. Porém, apesar do que se acredita, muitos estudos falharam ao tentar demonstrar os efeitos dos antiinflamatórios ou analgésicos no combate a dor oriunda do exercício.
Outra parte negativa do uso contínuo e excessivo de drogas antiinflamatórias diz respeito à diminuição do processo de hipertrofia muscular.
É sabido que as prostaglandinas (membros dos grupos dos lipídeos que causam uma maior permeabilidade capilar e também atraem células como macrófagos especializadas na fagocitose de restos celulares resultantes durante o processo inflamatório) regulam o metabolismo proteico estimulando a síntese de proteínas. Já foi demonstrado na literatura que as prostaglandinas tem sua função aumentada após sessão de exercícios resistidos e que, o consumo de substâncias antiinflamatórias diminuem sua função no organismo
Na verdade, estudos com modelos animais demonstraram reduções de 50% na hipertrofia dos músculos após o uso de ibuprofeno (outra droga de função antiinflamatória) durante 14 dias de uso (SOLTOW et al. 2006).
Além disso, o uso de outras drogas utilizadas para combater a inflamação dos tecidos também ocasionaram a diminuição da migração de células satélites para o tecido danificado pelo exercício (MACKEY et al. 2007).
CONCLUSÃO
A UTILIZAÇÃO EM LONGO PRAZO DE ANTIINFLAMATÓRIOS PARECE AFETAR NEGATIVAMENTE A HIPERTROFIA DOS TECIDOS MUSCULARES
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